Prednisona: O que? É Para que Serve? Como Tomar? É Antialérgico? Dá Sono?

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Como funciona o fármaco? Serve para sinusite?

A prednisona ou meticorten (outro nome pelo qual é também conhecida) é um remédio que faz parte à classe dos glicocorticoides, muito conhecido no universo farmacêutico e também pelos pacientes. Esses medicamentos são muito falados porque não é raro que sejam receitados para vários tipos de doenças diferentes.

Geralmente o médico indica algum corticoide para tratar doenças que possuam origem alérgica, inflamatória ou hormonal, mas também podem ser utilizados em problemas autoimunes e neoplásicos.

É bastante comum que pacientes que passaram por transplante tomem corticoide para evitar o risco de rejeição do novo órgão também.

Ela é muito útil no combate de várias enfermidades, assim com outros corticoides também são, porém os medicamentos pertencentes a essa classe podem causar diversos efeitos colaterais, sendo alguns perigosos de verdade e outros muito indesejados pelos pacientes.

Esse risco varia de acordo com a dose e tempo que o tratamento for durar: quanto mais tempo, maior risco.

Qual é a origem?

Esse medicamento é uma forma sintética do hormônio cortisol, um hormônio produzido naturalmente pela nossa glândula supra-renal.

Esse hormônio age no metabolismo das gorduras, proteínas e glicose, além de agir também no crescimento ósseo e sistema imunológico. Possui ações anti-inflamatórias, regula os eletrólitos do sangue e ajuda na cicatrização de cortes e feridas.

O medicamento é cinco vezes mais potente do que o hormônio cortisol natural, porque o objetivo é justamente esse, que a ação supere a produção natural do cortisol.

Com a elevação da dose, passa a ter uma ação potente no organismo, tanto imunossupressora como anti-inflamatória, sendo altamente eficaz em doenças que possuam origem imunológica ou inflamações.

Quais são os nomes comerciais?

É importante saber que a Prednisona é um fármaco, não necessariamente é esse o nome que você vai buscar na farmácia. Ela pode ser adquirida em forma genérica ou entre vários nomes comerciais, como Corticorten, Flamacorten, Artinizona, Alergcorten, Predcort, Predson, Predinis, Crispred, ou o mais conhecido: Meticorten.

O Meticorten é o nome mais popularmente conhecido, e é produzido pelo laboratório Merck Sharp & Dohme, uma grande referência no ramo e a marca mais reconhecida desse medicamento.

Qual a diferença entre prednisona e prednisolona?

A prednisona é comercializada sempre em comprimidos de 5mg ou 20mg. Caso veja algum xarope, remédio em gotas ou pomada, não se trata de prednisona e sim de prednisolona, que apesar de ser bastante parecido no nome e também um corticoide, não é a mesma coisa.

É muito importante não confundir, pois apesar de os dois medicamento serem pertencentes à mesma classe e até possuírem ações e indicações parecidas, são remédios distintos.

A prednisolona é um metabólico proveniente da prednisona, e a posologia não é a mesma.

Qual é o seu uso?

Como já dito anteriormente, é um medicamento com grande alcance, podendo ser receitada para mais de um tipo de enfermidade. Muitas condições médicas podem ser tratadas com ela.

Pensando de maneira abrangente, ela costuma ser mais indicada em doenças da pele, alergias, para sinusite, problemas de origem endócrina, oftálmica, osteomuscular, hematológica, respiratória, neoplásica ou inflamatória, além de possuir a função imunossupressora not ratamento de pacientes transplantados.

Quais são as doenças mais comuns a serem tratadas com o medicamento?

Entre as doenças realmente específicas, além de condições alérgicas e inflamações, que mais recebem indicação dela, estão:

  • Artrite reumatoide;
  • Asma;
  • Sinusite;
  • Doença de Crohn;
  • Esclerose múltipla;
  • Anafilaxia;
  • Arterite de Takayasu;
  • Arterite de células gigantes;
  • Gota;
  • Granulomatose de Wegener;
  • Glomerulopatias;
  • Labirintite;
  • Pericardite;
  • Paralisia de Bell;
  • Lúpus;
  • Urticária;
  • Síndrome de Stevens Johnson;
  • Púrpura;
  • Poliomiosite;
  • Dermatomiosite.

Posologia?

A dose a ser administrada do remédio depende da orientação recebida pelo seu médico após fazer um diagnóstico preciso e saber a gravidade do seu quadro.

Se a dose estiver abaixo dos 15 mg diários, o efeito é mais anti-inflamatório. Doses superiores a 20 mg diários já atuam com ação imunossupressora. Conforme a dose vai aumentando, o efeito no organismo muda também.

Um médico costuma receitar entre 5 mg a 80 mg, ou seja, é bastante variável de acordo com o paciente. Por esse motivo, ninguém jamais deve se auto medicar.

Pacientes com quadros inflamatórios, como os que sofrem de artrite reumatoide, por exemplo, costumam consumir a dose diária de 5mg a 10mg, buscando um efeito anti inflamatório somente. A dose superior a 60 mg é utilizada em casos onde se espera ação imunossupressora.

É indicado que se tome sempre pela manhã, já que o pico da secreção do hormônio cortisol ocorre nesse período. Dessa forma a eficácia da droga é ampliada e não interfere tanto com o ciclo natural do hormônio.

A droga deve ser administrada em apenas uma dose diária.

Quais são os efeitos colaterais?

Apresenta uma lista ampla de possibilidades quando se trata de efeitos colaterais, assim como todos os medicamentos entre os corticoides.

Os efeitos mais temidos são desde os estéticos até os mais graves, como a chance de infecções graves e desenvolvimento de diabetes mellitus.

Se o tratamento for muito prolongado e a dose muito alta, os riscos naturalmente vão ser maiores sobre aquele determinado paciente. São casos mais específicos.

Por exemplo, um paciente com inflamação, que fez uso do remédio por uma semana em doses baixas, raramente terá efeitos colaterais relevantes. Ainda que a dose seja alta, uma semana é muito pouco tempo para apresentar efeitos adversos.

Já pacientes que fazem uso do medicamento por um período superior a 3 semanas, tomando mais do que 20 mg diários, tem uma chance bem mais elevada de efeitos indesejados. Tratamentos que levam meses também apresentam riscos, ainda que as doses diárias sejam baixas.

Os efeitos podem ser opostos em pacientes diferentes. Por exemplo, alguns afirmam que o uso dela dá sono, enquanto outros afirmam ter insônia durante o tratamento.

Saiba quais são os efeitos colaterais mais observados com o uso prolongado do medicamento.

  • Síndrome de Cushing (um acúmulo de gordura na região facial e tronco);
  • Ganho de peso;
  • Diabetes Mellitus;
  • Estrias;
  • Glaucoma;
  • Cataratas;
  • Hipertensão arterial;
  • Equimoses (manchas roxas na pele);
  • Colesterol elevado;
  • Necrose no fêmur;
  • Fraturas ósseas;
  • Lesão muscular;
  • Distúrbio de crescimento (em crianças);
  • Osteoporose;
  • Depressão;
  • Psicose;
  • Problema de cicatrização;
  • Risco maior de infecções;
  • Retenção de líquidos;
  • Candidíase;
  • Gastrite;
  • Alterações no ciclo menstrual;
  • Úlcera péptica;
  • Pancreatite;
  • Esteatose hepática;
  • Infertilidade;

Essa lista não apresenta todos os efeitos possíveis. Fica evidente, dessa forma, que a prednisona é um medicamento que deve ser muito bem administrado, indicado apenas pelo médico depois de avaliar minuciosamente a necessidade do paciente. Caso seja tomado de outra forma, existe o risco de o tratamento causar mais problemas ao invés de melhora.

Os tratamentos com ela que durem mais do que duas ou três semanas só são recomendados pelos médicos quando a doença é mais grave do que os efeitos colaterais possíveis. O médico responsável sabe o que está fazendo quando indica o uso prolongado de um corticoide, e se realmente for preciso tomar por mais tempo, é porque essa opção é a mais válida para aquele organismo.

Pode interromper o tratamento com o medicamento?

O tratamento com o remédio não pode ser interrompido de uma hora para outra, uma vez que esse medicamento inibe a produção natural do cortisol. Uma pausa brusca depois de um tratamento prolongado poderia causar um quadro de insuficiência renal, o que pode até ser fatal ao paciente.

O risco da inibição prolongada da glândula supra renal é aumentado em tratamentos que duram mais de três semanas, com doses de prednisona superiores a 10 mg.

Em casos assim, não é recomendado que se suspenda o medicamento de uma vez. É necessário que o organismo passe por um processo de desmame, que costuma durar meses caso o paciente tenha tomado a droga durante muito tempo e com doses elevadas.

Existem várias maneiras de desmame, e o médico é quem irá avaliar de forma precisa qual o protocolo mais eficaz no seu caso. Geralmente a redução de 10% a 20% da dose acontece a cada semana, até que a dose diária chegue a 2,5mg.

Quais medicamentos podem interferir no tratamento?

Antiácidos, fenitoína, efedrina e fenobarbital podem diminuir ou anular o seu efeito.

Remédios à base de diltiazem, fluconazol, salicilatos, ritonavir e estrogênios podem aumentar a chance dos riscos colaterais do uso do medicamento.

Diuréticos, digoxina, varfarina, álcool, anfotericina B e anti inflamatórios podem ter os seus efeitos aumentados pela prednisona.

Sempre informe ao médico responsável de quais medicamentos você faz uso.

Qual é o preço?

O Genérico em 20 mg, com 10 comprimidos custa cerca de R$8,00 a caixa. É um medicamento acessível.

Por que o medicamento engorda?

Os efeitos estéticos do uso de qualquer corticoide assustam os pacientes. Além do ganho de peso, algumas pessoas relatam calvície e acne.

O ganho de peso ocorre por mais de um motivo. O medicamento aumenta os níveis de açúcar no sangue, causa acúmulo de gordura e também retenção de líquidos. No entanto, é claro que se você tomar durante pouco tempo e em pequenas doses, os efeitos serão mais amenos. Em tratamentos mais leves, o único ganho de peso costuma ocorrer pela retenção de líquidos, algo facilmente solucionável após a interrupção do tratamento.

Ela é um medicamento muito útil no tratamento de doenças sérias, tem ação poderosa até mesmo em cânceres, mas o seu uso deve ser criterioso, assim como a duração do tratamento. É preciso ter cuidado com os efeitos colaterais e administrar o medicamento com prudência para evitar danos à saúde.

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